Nascido em 1755, o médico britânico James Parkinson, teve seus primeiros anos de carreira marcados por política e não tanto por sua profissão.
Tendo publicado mais de vinte panfletos pedindo por mudanças drásticas na sociedade britânica, James chegou a ser acusado de participar de conspirações contra o Rei George III, apesar de ter sido inocentado.
Contudo, Parkinson também foi um sujeito de importância incalculável para a área da saúde. Em 1817, ele escreveu um artigo intitulado “Um Ensaio sobre a Paralisia Agitante”, que posteriormente ficou conhecida como a Doença de Parkinson, em homenagem a James.
O que é?
Trata-se de uma doença degenerativa, crônica e progressiva no sistema neurológico, afetando principalmente o cérebro. O Parkinson é um dos principais e mais comuns distúrbios nervosos da terceira idade.
A doença causa tremores, afeta negativamente a coordenação motora, provoca dificuldades para andar e caminhar, rigidez e instabilidade da postura.
Isto porque o desenvolvimento do Parkinson, está ligado e relacionado principalmente à destruição dos neurônios produtores de dopamina — uma substância química essencial em diversas funções cerebrais, presente na substância negra do cérebro.
Ainda que a principal causa da doença seja o envelhecimento natural, também há casos em jovens.
Segundo dados da OMS, 1% da população acima dos 65 anos de idade, sofrem com o Parkinson. A estimativa no Brasil é de que pelo menos 200 mil pessoas tenham essa doença.
Principais sinais e sintomas
Existem alguns sintomas pré-motores da doença de Parkinson:
- Depressão;
- Ansiedade;
- Alterações no sono;
- Redução do olfato.
Muitos pacientes apresentam essas situações antes de desenvolver a doença, ainda que evidentemente não seja uma regra.
Ao pensar no Parkinson, os primeiros sintomas que as pessoas geralmente relacionam são os tremores, mas curiosamente, somente um em cada três pacientes parecem ser afetados. Já a lentidão dos movimentos e a rigidez, aparecem com maior frequência.
O tremor afeta os dedos ou as mãos, mas também pode afetar o queixo, a cabeça ou os pés.
Repare que o tremor de início de Parkinson, está ligado ao repouso e não após fazer uma força física. Portanto, refere-se a um possível começo da doença somente quando a pessoa está parada e de maneira involuntária, sente as mãos tremerem, por exemplo.
Durante excessos de raiva, os tremores podem tornar-se mais intensos, mas costumam desaparecer se a pessoa estiver completamente descontraída.
Num geral, estão entre os principais sintomas motores:
- Lentidão dos movimentos;
- Rigidez;
- Tremores (principalmente em repouso);
- Instabilidade postural;
Diagnóstico
Vale ressaltar que por se tratar de uma doença degenerativa mas também associada a códigos genéticos, pessoas mais jovens também podem desenvolver de maneira precoce.
Ainda sim, a identificação da doença só pode ser feita de maneira clínica com um médico neurológico, normalmente. Os exames de imagem são os principais nestes casos, como o ultrassom transcraniano, que pode identificar possíveis danos na substância negra do cérebro.
Alguns outros exames laboratoriais podem ser essenciais para descartar todas as outras doenças semelhantes ao quadro do paciente.
Todos esses recursos são indispensáveis, mas lembre-se que a progressão da doença é muito variável e desigual entre os pacientes. Surgindo na maioria das vezes a partir de um percurso gradativo e demorado, sem uma mudança notável abrupta e repentina.
Como tratar o Parkinson?
Infelizmente até os dias atuais, não foi descoberta uma cura para a Doença de Parkinson. Porém, muitos avanços foram feitos ao longo dos anos e ela pode, e deve, ser tratada a fim de retardar o seu progresso e combater seus sintomas.
Alguns medicamentos possuem mecanismos de ação responsáveis por compensar a redução de dopamina, sendo a grande arma da medicina. Com eles, é possível melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes.
Existem também, tratamentos cirúrgicos em alguns casos, além dos procedimentos com profissionais da área, como fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos e até mesmo musicoterapeutas.
Vamos nos aprofundar melhor nas principais formas de tratamento.
3 tipos de tratamentos
Tratamento medicamentoso
É o tratamento mais utilizado e apresenta um resultado bastante interessante, principalmente no início da doença. Os pacientes devem manter uma disciplina para tomar as medicações ao longo do dia.
A partir dos remédios, os sintomas são muito reduzidos. Porém, com o passar dos anos este tipo de tratamento exibe certas dificuldades em manter o efeito, o que pede mais medicações.
Com isso, o tratamento medicamentoso deve ser regularmente revisado pelo neurologista ou especialista.
Reabilitação
Uma forma de tratamento extremamente essencial e que pode ser feita desde o início do diagnóstico da Doença de Parkinson.
Ao longo do desenvolvimento da doença, alguns obstáculos e imprevistos podem surgir e eventualmente, atividades e exercícios físicos supervisionados são fundamentais no tratamento.
A terapia ocupacional também é uma ótima saída para o paciente realizar atividades rotineiras com maior segurança e tranquilidade.
Além de todo o trabalho com os profissionais, é importante que o paciente pratique atividades físicas regularmente para aprimorar o condicionamento físico e o fortalecimento muscular.
Cirurgia
A cirurgia está indicada não no início da doença, mas sim quando o paciente começa a apresentar problemas com as medicações.
Após as cirurgias, torna-se possível reduzir a medicação drasticamente, permanecendo com doses menores para os próximos anos, o que também melhora a qualidade de vida do paciente.
Os sintomas são reduzidos e a resposta do organismo à medicação potencializada. Mas vale ressaltar que cada paciente tem suas características e manifestações únicas da doença.
Um fato é: felizmente, nos dias atuais, possuímos diversas formas de tratamento e todas são válidas! Não limite-se e busque os recursos necessários.